A disponibilidade de uma modalidade escrita bem estabelecida nas línguas humanas tem sido privilégio de algumas línguas orais. No caso das línguas de sinais, o estabelecimento de um sistema de escrita tem sido motivo de debates.   Recentemente vem se discutindo sobre um possível sistema de representação escrita para o registro da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).  As propostas mais consideradas são Elis (Estelita, 2010) e SignWriting (Stump, 2008). O primeiro propõe um sistema linear de representação de cada parâmetro fonológico da Libras, cuja leitura se daria da esquerda para a direita. O segundo se apoia na construção simultânea dos parâmetros dessa língua tal como ela é produzida, argumentando que a leitura se dá de cima para baixo. A falta de um sistema de escrita bem estabelecido para LIBRAS deve-se também ao fato de as propriedades gramaticais (sintáticas, morfológicas e semânticas), bem com as propriedades discursivas, desta língua ainda não serem bem entendidas. Nesse Workshop, voltaremos para estas questões buscando compreender melhor aspectos  gramaticais, discursivos e sociais relativos à LIBRAS em diferentes modalidades. No que concerne aos aspectos sociais, questões de inclusão, a construção da narrativa em contextos da escola e da família, linguagem cinematográfica e gênero, assim como o uso de recursos multimodais em contextos de ensino e aprendizagem serão tematizados. Os aspectos gramaticais serão arbordados levando em consideração questões de aquisição, sintaxe e processamento.